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Duas Ave Marias em homenagem a Nossa Senhora

Composer: Frederico de Freitas (1902-1980), 1918


 

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X X X X X   Frederico   de Freitas   1902 1980   1918     duas Ave Marias    
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Frederico Guedes de Freitas, compositor, maestro e pedagogo nasceu em Lisboa a 15 de Novembro de 1902, vindo a falecer na mesma cidade a 12 de Janeiro de 1980.

Com sua mãe Elvira Cândida de Freitas, distinta pianista, discípula de Francisco Baía e de Francisco de Lacerda, inicia os primeiros estudos musicais.     

E aos 13 anos entra para o Conservatório Nacional, instituição onde vai estudar piano com Carlos Reis, violino com Alexandre de Bettencourt, ciências musicais com Luís de Freitas Branco, harmonia com José Henrique dos Santos e contraponto, fuga e alta composição com António Eduardo da Costa Ferreira. Três anos depois, em 1918, surgem as suas primeiras obras – Duas Ave Marias em homenagem a Nossa Senhora.         

Paralelamente ao estudo da composição, Frederico de Freitas desenvolve também o gosto pela direcção de orquestra, o que o leva a estudar com os maestros Vittorio Gui e Willem Mengelberg.     

Nesta área, foi nomeado em 1935, Primeiro Maestro Subdirector da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional, uma formação orquestral à qual esteve ligado durante 40 anos. Esta longa colaboração traduziu-se em centenas de concertos realizados tanto em Portugal como no estrangeiro.

Frederico de Freitas foi ainda Director da Orquestra Sinfónica do Conservatório de Música do Porto, entre 1949 e 1953 e Maestro Titular da Orquestra de Concerto da Emissora Nacional a partir de 1956.           

Na sua vertente de director coral, funda em 1940 a Sociedade Coral de Lisboa, com a qual durante 9 anos e em parceria com a Orquestra da Emissora, realiza inúmeras apresentações de obras corais sinfónicas da maior importância, como o “Magnificat” de Bach, a 9ª Sinfonia de Beethoven, as oratórias “Elias”, de Mendelssohn, o “Dilúvio” de Saint-Saens, e “O Messias” de Haendel, “A cantata do Advento” de Schumann, ou a “Invocação dos Lusíadas”, de Vianna da Motta, entre muitas outras.    

Mas o ano de 1940 fica também marcado pela criação em Portugal da Companhia de Bailado Verde-Gaio, à qual Frederico de Freitas esteve ligado como director musical.         

Para o Verde-Gaio, o nosso compositor compôs inúmeras partituras, numa estreita colaboração com o coreógrafo e bailarino Francis Graça, seu antigo colega de liceu, das quais de destacam “A Dança da Menina Tonta”, “Imagens da Terra e do Mar” e “Nazaré”.         

Para além das suas actividades como compositor e director de orquestra, Frederico de Freitas foi também um distinto pedagogo, tendo começado por leccionar Canto Coral no Liceu e mais tarde Contraponto, Fuga e Composição no Centro de Estudos Gregorianos, o futuro Instituto Gregoriano.     

Na sua longa biografia destacam-se ainda dois momentos particularmente significativos: por um lado a sua colaboração na fundação da Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses ocorrida em 1925, estrutura que deu origem à Sociedade Portuguesa de Autores da qual Frederico de Freitas foi sócio fundador, Vice-presidente e mais tarde Presidente da Assembleia-geral; e por outro a sua participação na primeira transmissão via rádio efectuada em Portugal, de um concerto sinfónico, difundido à época pela Emissora Radiofónica Hertziana, estação experimental portuguesa CT1 BO de Lisboa. Este acontecimento histórico teve lugar a 14 de Dezembro de 1930, pelas 13h da tarde.

No programa a 5ª sinfonia de Beethoven, as Danças Guerreiras de Borodine, a Rapsódia Eslava de David de Sousa e algumas pequenas peças de Frederico de Freitas e António Melo.         

No domínio da composição Frederico de Freitas deixou-nos uma vastíssima obra que abarca praticamente todos os géneros musicais, incluindo inclusivamente a música para revistas, vaudevilles e operetas e ainda para cinema.     

 

http://www.amsc.com.pt/musica/compositores/ffreitas.htm
Frederico de Freitas , compositor, chefe de orquestra, musicólog e pedagogo, nasceu em Lisboa em 15 de Novembro de 1902, tendo concluído com distinção no Conservatório Nacional os cursos superiores de composição, piano, violino e ciências musicais.

Ainda aluno do Conservatório apresentou o notável Poema sobre écloga de Virgílio (a VIII), para orquestra de arcos e, em 1926, ganhou o Prémio Nacional de Composição.

De 1923 é a sua Sonata para violino e violoncelo em que explora com êxito os recursos da bitonalidade. Da mesma data, o seu Nocturno (sobre um soneto de Antero de Quental) continua explorando a bitonalidade de que foi considerado o introdutor na moderna música da península Ibérica.

Sempre muito interessado pelos tesouros da música portuguesa, quer popular, quer erudita, harmonizou inúmeras melodias populares e estudou com o balilarino Francisco Graça (Francis) as danças do povo português, contribuindo para o bailado com algumas das suas mais notáveis partituras onde, aliás, os temas não são folclóricos mas resultantes da inspiração na linguagem musical do povo português.

Na sua vastíssima obra, Frederico de Freitas abordou praticamente todos os géneros musicais desde a música religiosa e de ópera, ao teatro ligeiro e música de filmes (exemplo : a partitura para o filme A Severa, de Leitão de Barros), da música de câmara concertante (exemplo : o magistral Quarteto Concertante) à canção para canto e piano.

O Livro de Maria Frederica (1955), 6 Peças (1950), Bagatelas, Ciranda (1946), Temas e Variações, para piano, Missa "Regina Mundi", para coro a capella, 10 Canções Galegas (1968)


para canto e piano. Além de muitas obras para piano, piano e canto e vários instrumentos, é indispensável registar-se a notável orquestração da grande Chaconne, de J.S.Bach(da partita em ré menor), a cena lírica D. João e as Sombras (texto de António Patrício) escrita especialmente para a radiodifusão, e a Sonata de Igreja (Para Festejar a Noite de Natal) para orgão, de que existe uma gravação americana.

A linguagem musical de Frederico de Freitas é de um eclectismo aberto a tudo o que qaudre à expressão emotiva servida por uma instrumentação excelente em clareza e firmeza de escrita.

Como chefe de orquestra, além das funções que exerceu à frente das orquestras da Rádio Nacional, dirigiu em França, Holanda, Espanha, Itália, Bélgica, Suiça e Brasil.

Fundou a Sociedade Coral de Lisboa (1940) que dirigiu até à sua extinção, associação que estreou a sua grandiosa Missa Solene (1940) e apresentou obras de Haendel, Bach, Beethoven, Mendelssohn, Saint-Säens e Viana da Mota.

Como pedagogo foi notável a sua acção no ensino liceal, tendo sido professor do Centro de Estudos Gregorianos de Lisboa. Durante algum tempo também exerceu a crítica musical no jornal "Novidades".

Como musicólogo os seus trabalhos encontram-se dispersos por várias publicações periódicas, entre as quais as revistas Panorama, tendo colaborado activamente na Verbo - Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura.

Foi distinguido com os prémios Domingos Bomtempo (Emissora Nacional, 1935), Carlos Seixas (1926), além do já citado (1926).


 

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